Quando eu era da idade dos liliputianos, acreditava que o nosso cérebro tinha infinitas gavetas onde guardávamos todas as nossas memórias... gavetas fechadas, abertas, empenadas, cheias, vazias... A Terra dos Liliputianos é uma extensão do nosso cérebro, com gavetas sempre disponíveis para recordar.

Seja bem vindo à nossa terra, um caderno de viagens do tamanho das crianças.



domingo, 15 de julho de 2007

Da ficção à realidade

Um dos filmes preferidos do F4, ainda naquela fase do repete filme até à exaustão, foi, sem dúvida 'Brother Bear'. A transformação do ser humano em animal, a passagem da morte física para a vida espíritual, foi tema de discussão e análise durante algum tempo.
Passaram vários meses, até que, certo dia, o F5 veio-me contar, muito admirado, que, quando perguntou ao amigo em que é que o pai se tinha transformado, quando morreu, ele respondeu - 'em nada!!'
Talvez este seja o assunto mais difícil de explicar aos liliputianos - e agora? O F5 tinha interiorizado o filme, tinha percebido que a morte física não é sinónimo de morte espiritual. Como é que ele ia explicar ao amigo que sentiu a separação familiar tão precocemente?
Tentei aligeirar o problema e explicar-lhe que aquilo que nós sentimos pelas pessoas amigas é algo tão profundo e tão bom, que, estejam elas vivas ou mortas, estão sempre perto de nós. Desde pequeno que o F5 houve histórias de familiares e amigos (e animais) da mãe que nunca as viu na realidade - por vezes são os objectos e as fotografias que passam de geração em geração que fazem as nossas histórias - o avô Xico, a avó Lila, a Nã, o Pi, a noquinhas, o avô António são personagens reais, num contexto real, apenas desfasadas pelo tempo.

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